segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

A VIOLÊNCIA NO PILAR

A VIOLÊNCIA DO PILAR
Clerisvaldo B. Chagas, 12 de dezembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.780

Pilar. Foto: (Valderi Melo).
É de se ficar de boca aberta com as notícias de violência ocorridas no município de Pilar, região metropolitana de Maceió. Isso vem ocorrendo há cerca de dois anos quando a cidade lacustre começou a chamar atenção dos órgãos noticiosos, sobre diversos assassinatos. Outrora cidade pacata, bela e acolhedora, sempre mostrou ao visitante suas belezas naturais baseadas na laguna Manguaba, cujo nome também já foi denominação do núcleo.
Hoje o Pilar tem pouco mais de 30.000 habitantes e já foi ilustre na economia alagoana com seus engenhos de cana-de-açúcar e um indispensável  sistema aquático de transporte para o porto de Maceió, além de sediar fábrica de tecidos. O município é originário de o Engenho Pilar, um dos que povoaram as suas terras. Vale dizer que na hidrografia, a laguna Manguaba foi formada e continua sendo alimentada por um dos dois rios mais importantes de Alagoas: o rio Paraíba do Meio. A cidade do Pilar também ficou famosa na gastronomia, pelas suas peixadas de bagres, conhecidos como bagres do Pilar.
E se formos diretamente para a história brasileira, iremos encontrar na terra da Padroeira, Nossa Senhora do Pilar, o último ato oficial de enforcamento no Brasil.
Ainda temos a história da padroeira que possui duas versões. Uma delas diz que a santa foi encontrada em um pilar, por um pescador. Levada para uma capela, a santa desapareceu de lá e voltou para o pilar. O fato teria acontecido por algumas vezes. Outra versão fala que a santa teria vindo da Espanha.
Pois aí está um município repleto de histórias desde que Alagoas pertencia a Pernambuco. Os estudiosos pesquisam nas ruínas de engenhos em seu território. As rodovias modernas engoliram muita tradição do Pilar que perdeu a importância antiga dos transportes aquáticos. Sem engenho, sem fábrica de tecidos, a cidade tem muito que contar a quem quiser se debruçar sobre seu passado.
Mas a violência que se tornou notícia constante pode afugentar os que procuravam o lugar como opção de lazer.
A propósito, Pilar já foi tema de música de alguns compositores alagoanos. Qualquer dia irei buscar na cidade uma foto da foz do rio Paraíba do Meio que ficou faltando para o livro “Repensando a Geografia de Alagoas”.







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