quarta-feira, 22 de julho de 2015

LAMPIÃO, CONHAQUE E CARNE-DE-SOL (IV)



LAMPIÃO, CONHAQUE E CARNE-DE-SOL (IV)
Clerisvaldo B. Chagas, 23 de julho de 2015
Crônica Nº 1.456

23.07.1938. (Sábado).
O leitor viu que Lampião acampou na grota, cedinho, do dia 21. Mandou chamar o futuro coiteiro Durval, no dia 22 e com ele conversou. Você viu também que Virgolino atravessara o rio com 18 pessoas acomodadas em três canoas. Quando acampou foi com quarenta pessoas, supondo-se que outros subgrupos aguardavam nas imediações.
Naquele sábado, porém, dia 23 de julho de 1938, faltando apenas cinco dias para o seu fim, o chefe do bando aguarda a volta de Durval no esconderijo daquela grota na fazenda Angicos.
“Durval mata os bois e nada diz ao irmão Zezé e nem a ninguém. Após a matança, à tardinha, Durval volta ao coito, como Lampião pedira. Lampião pergunta por notícias dos macacos. Ele diz que não tinha ido falar de nada. Lampião indaga se conhece o tenente Bezerra. Responde que conhece muito.
─ Você conhece um homem chamado Pedro de Cândido?
─ É meu irmão.
─ Seu irmão?
─ É meu irmão.
─ Ah, tá certo!
Lampião diz que abateu uma cabra para comer. Mostra o couro e diz que tudo que utilizar na fazenda será pago. Encomenda a Durval boa manta de carne-de-sol, 01 cantil e 06 litros de conhaque marca ‘Cavalinho’.
Durval teve medo de olheiros e recusou o pedido das compras fora à carne. Lampião mandou que ele procurasse o coiteiro Erasmo Félix, irmão de outros coiteiros: Manoel e João Félix”.
O jogo ativo da espionagem é grande por parte de todos: cangaceiros, coiteiros e volantes. Os coiteiros não podiam vacilar em nenhum momento, pois poderiam ser trucidados por cangaceiros ou pelas volantes de olho no rio.
·         Narrativa baseada no livro: CHAGAS, Clerisvaldo B. & FAUSTO, Marcello. Lampião em Alagoas. Maceió, Grafmarques, 2012.
Continua amanhã.

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