segunda-feira, 6 de abril de 2015

OS APERTOS DOS CÉUS



OS APERTOS DOS CÉUS
Clerisvaldo B. Chagas, 7 de abril de 2015
Crônica Nº 1.403
 
Cúmulos na tarde sufocante. Foto: (Clerisvaldo).
Quem estava no Médio Sertão, ontem à tarde, sofreu com o vento parado e uma temperatura altíssima, sufocante. Foi reeditada edição quase insuportável de certos dias de fevereiro. Não se via o mover de uma folha de árvore, durante certo tempo. Banhos, ventilação artificial e o solo caseiro para se deitar sem roupa, proporcionaram um socorro ainda deficiente de tantos graus. Formaram-se nuvens negras tangidas para o Sul, deixando a população apreensiva. Uma trovoada naquelas circunstâncias seria do tipo que leva o povo para debaixo da cama com os trovões enfurecidos.
À noite faltou energia por duas vezes. Ao retornar essa energia pela segunda vez, o ornejar de um jegue nas margens do rio Ipanema, o ladrar dos cães na rua, a gritaria da meninada, combinavam com o sorriso largo da lua cheia. Dentro de casa o suor minava nas costas, por um pequeno esforço.
É aí que entram os sinais dos tempos:
Logo cedo: “cúmulos” no céu. Aqueles tipos de nuvens brancas parecendo flocos de algodão. Distribuídas pelo pano azul, indicavam tempo estável e nada de uma chuvazinha, da mãe de Deus.
Os “cirros” são nuvens altas, largas, de cor branca, formadas por finíssimos cristais de gelo. Mas, ontem não havia cirros. E mesmo se houvesse  ─ igualmente aos cúmulos ─ também não seriam indicativos de chuvas.
Nada de “Estratos” que são nuvens cinzentas superpostas, formando camadas e que trazem esperança de chuvas.
Após os cúmulos do início da tarde, surgiram os “nimbos”, nuvens de cor cinza-escuro que anunciavam chuvas no Alto Sertão.
Não sabemos se choveu lá para as bandas de Senador Rui Palmeira. No Médio Sertão, nem a rebarba de um sereno para refrescar. E se hoje for do mesmo jeito de ontem, minha comadre, só escaparemos se traçarmos novas estratégias. Não é fácil se livrar dos apertos dos céus.

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