sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

A HORA DO JEGUE



A HORA DO JEGUE
Clerisvaldo B. Chagas, 2 de janeiro de 2014
Crônica Nº 1.337

Como escrevi outras vezes sobre a extinção dos barbeiros e posterior resgate da profissão, falei também dos alfaiates e outros profissionais que havia no interior como o flandreleiro (funileiro) o botador d’água, o ferreiro, o fotógrafo lambe-lambe e o retelhador de casas. Agora precisei de um relojoeiro para colocar pilha no relógio e nada de relojeiro na cidade. Relojoeiro aqui no sentido de consertador de relógios que não conseguiu evoluir na profissão e foi desaparecendo como os outros citados acima. Lembro também dos específicos ambulantes que vendiam anéis, alianças e cordões de ouro em dia de feira, os quais chamávamos de ourives. Sumiram. Sumiram de uma vez do sertão alagoano. O vendedor de folhetos de cordel acompanhou a onda dos desaparecidos. E se gente não é lixo para se reciclar, a verdade é que esses profissionais, não sabendo como lidar com o modernismo, zarparam como fizeram os consertadores de rádio e televisão.
Marceneiro de consertos, também não se encontra mais, agora só os chamados moveleiros, graças a cursos que surgiram, proliferam bem. Sapateiros de consertos, nem adianta procurá-los. Consertador de fogão e o nômade amolador... Zero. E assim o progresso foi engolindo tudo. Não se tem mais opção de se consertar nada nessa imitação de país de primeiro mundo. Quebrou, jogou fora e compra o novo. Não tem mais jeito.
E voltando à pilha no relógio, tenho notícia que apenas duas casas comerciais podem fazer esse serviço para você. Isso porque seus proprietários já foram relojoeiros.
Ah bom! Quem continua fiel mesmo é o velho jumento milenar que marca o meio-dia com a sombra sob o dorso e a emissão do zurrar para quem precisa de hora. E ainda tem um coisa no rio Grande do Norte que quer matar jumento!
Ano Novo, jegue velho, marca “sertanejo”, com garantia de vida inteira, sem precisar colocar pilha nova. FELIZ ANO NOVO! Viva o jegue! O ÚNICO QUE NÃO PRECISA PROCON.

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