segunda-feira, 5 de maio de 2014

ENCOLHIMENTO E FIXAÇÃO



ENCOLHIMENTO E FIXAÇÃO
Clerisvaldo B. Chagas, 6 de maio de 2014
Crônica Nº 1.182

POVOADO AREIAS BRANCAS (foto: Sertão24horas).
Quando o IBGE divulgou o Censo de 2010 e outros resultados, os números não surpreenderam. Não surpreenderam, talvez, por causa das pesquisas e informações que o Instituto costuma divulgar entre um censo geral e outro.
Quando o Nordeste (diga-se zona canavieira) perdeu competitividade e foi à falência com a cana-de-açúcar, o Sudeste iniciou o seu desenvolvimento, iniciando com o café e pequenas indústrias de artigos comestíveis. O resultado neste início de século XXI está bem visível diante de todos, com São Paulo e seu parque industrial como carro-chefe.
Após aqueles famosos êxodos nordestinos até a década de 70, cumpre informar a descoberta de um novo Nordeste. Habitantes da região retornam do Sudeste para as capitais e cidades médias, algumas com realidade diferente. A industrialização total ainda não aconteceu, mas tudo é uma questão de tempo que teve início com as chamadas ilhas ou polos de prosperidade em alguns estados dessa região. Não há dúvida de que a indústria paulista ainda fala mais alto, cuja expansão periférica invadiu Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais, principalmente.
A descoberta do Nordeste por grandes empresas, pela melhora do seu poder aquisitivo, posição estratégica para mercados africanos, mão de obra e terrenos mais baratos, além do chamariz provocado pelos governos estaduais, vai povoando o solo nordestino dos três maiores estados, com suas chaminés. Entretanto inúmeras indústrias pulam a faixa do trio acima e preferem estrategicamente, estados menores que também vão se industrializando.
O fato de pequenas cidades nordestinas registrarem menor população, entre um censo e outro, não nos parece tão relevante quanto o crescimento geral da região. Os povoados e as pequenas cidades continuarão exercendo o papel de ligação entre os sítios e as cidades mirins e essas, entre os povoados e as cidades maiores em uma hierarquia bastante consolidada.
A tecnologia no campo e a distribuição de renda fixam o homem que agora enviam seus filhos para os estudos e os têm de volta como agrônomos, veterinários, zootécnicos, empresários do agronegócio e assim por diante.
Sem otimismo exagerado, nossos filhos e netos ainda verão um Nordeste rico justificando o ENCOLHIMENTO E FIXAÇÃO.


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