domingo, 14 de julho de 2013

POR TRÁS DOS NOMES



POR TRÁS DOS NOMES
Clerisvaldo B. Chagas, 15de julho de 2013.
Crônica Nº 1048
Serra da REMETEDEIRA, ao entardecer (autor).

Muito interessante no Brasil são palavras e termos regionais que despertam a curiosidade das pessoas. Nomes de lugares, principalmente, pela repetição local, tornam-se comuns, porém, para o visitante, viram até desafios em relação aos significados. Os mais antigos saiam nomeando acidentes geográficos e povoações, mas tendo como base algum tipo de fundamento. Acontece que muitas palavras de origens estranhas, sem registro ou acompanhamento oral explicativo, ficam apenas no uso diário que se perpetuam. Quantas vezes procuramos o porquê de títulos de cidades com palavras exóticas, principalmente do Norte e Nordeste! Aqui mesmo em nosso município santanense, vamos conversando com brancos e índios, todavia alguns nomes permanecem misteriosos. Talvez um bom dicionário indígena revelasse o que a tradição perdeu, mas nem todas as palavras estão em páginas curiosas. Ultimamente giramos as nossas pesquisas em torno da serra da Remetedeira. Este monte faz parte do anel de serras e serrotes que circundam a sede municipal. Nesse momento também chegam à cabeça a serra do Gugi ou o riacho Camoxinga que deu nome ao maior bairro de Santana do Ipanema. Entretanto, o que vem a ser à palavra Gugi, e Camoxinga?
Enquanto o leitor tenta descobrir, voltamos nossa atenção para a Remetedeira – lugar de origem do cangaceiro do bando de Lampião, Gato Brabo. Remeter, igual a enviar, jogar, arremeter. Remetedeira, lugar ou pessoa que remete alguma coisa, cuja palavra nem mesmo o Aurélio registra. Mas o que o pessoal daquela serra remetia e para quem? Ali não se fala em ouro nem em pedras preciosas. O termo é antigo e ninguém ainda decifrou o conteúdo. Para quem sai do centro da cidade, é somente atravessar parte do Bairro Floresta, ladear o Hospital Dr. Clodolfo Rodrigues de Melo e prosseguir a caminhada no sentido oeste. A serra da Remetedeira vai se encurvando e se amenizando como cratera até chegar aos pés da BR-316. Como todos os mirantes santanenses oferece belíssimo cenário, tanto em direção a BR-316 e à cidade, quanto pela parte de trás com vista para os diversos sítios da vizinhança e da estrada de terra que leva à cidade Senador Rui Palmeira. Ao rodarmos pelas areias do seu lombo, vamos registrando o infinito das pesquisas. Um mundo cheio de segredos, angústias e mistérios para os investigadores do social e da natureza.
Voltam os pneus do jipe impregnado de interrogações. A cabeça também. Amanhã voltaremos a espionar POR TRÁS DOS NOMES.



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