segunda-feira, 3 de setembro de 2012

AL DA BELEZA


AL DA BELEZA
Clerisvaldo B. Chagas, 4 de setembro de 2012.
Crônica Nº 856

TAQUARANA. (Fonte: alagoas24horas.com)

Em Santana do Ipanema havia um cidadão chamado Lulu Félix que ao falar das maravilhas vistas em suas viagens, retrucava quando alguém o chamava mentiroso: “Você não viaja!...”.
FAZIA um bom tempo que eu havia transitado por ali. Aliás, contemplei o asfaltamento da pista, enfrentando os percalços das noites e as máquinas do progresso. A AL-110, que vai do entroncamento da BR-316, perto da cidade de Maribondo, até Arapiraca, fez um bem danado a Alagoas. Como pista em toda a sua plenitude, a AL-110 permitia que eu, de Santana, e vários estudantes de Palmeira dos Índios, chegássemos a tempo às aulas em Arapiraca. O motorista, o “Gordo”, dono de casa de peças em Palmeira, costumava voar em sua veraneio, tirando em tempo mínimo da “Princesa do Agreste” a “Terra do Fumo”. Um doido que fazia arrepiar cabelo. Era com ele que arriscávamos a vida, pelo menos duas vezes por semana, sob as ordens do seu pé de chumbo. Não brinque não, compadre, que o cabra pobre para se formar passa cada uma que pensa não poder contar depois. Com uns quinze ou vinte anos após essas aventuras, passando em Palmeira dos Índios, fui à dita casa de peça para vê o Gordo. Ele estava vivo e só me conheceu quando me identifiquei. Ainda têm as aventuras da volta de Arapiraca quando todos iam dormir menos eu, à cata de hotel. Droga! Nem quero mais pensar nisso.
Na última vez que havia passado pela AL-110, fiquei tão impressionado com as diversas chácaras ao longo da rodovia e as paisagens dos verdes vales que falei para todos que aquele trecho era um dos mais belos de Alagoas. Ultimamente voltei a transitar por Taquarana, “Terra do Abacaxi”, entre o entroncamento e Arapiraca. Amarguei uma rodovia esburacada e perigosa, mas as belezas dos vales continuam encantando. O que me chamou a atenção, porém, foi o povoamento que se formou numa rapidez enorme, ao longo da rodovia. Surgiram vários e enormes povoados, seguidos de estabelecimentos comerciais, além das chácaras e casas como se fosse um prolongamento de Arapiraca. Como uma região pode crescer daquela maneira? Dizem ainda que eu não vi nada. Falam que, quando a Vale começar a exploração de minérios por ali (ferro e ouro), aí sim, vai ter o que se contar. Falam também que devido à expansão da cidade, a prefeitura de Arapiraca quer agora o crescimento vertical e não a ocupação de prédios nas terras férteis das periferias.
Não quero virar Lulu Félix nem deixar de externar a minha admiração pela área arapiraquense; mas chamei, tá chamado o trecho da 110 de AL DA BELEZA.

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