terça-feira, 28 de agosto de 2012

XINGÓ E XINGU


XINGÓ E XINGU
Clerisvaldo B. Chagas, 29 de agosto de 2012.
Crônica Nº 852

Retorno ao trabalho.  (Divulgação/Norte Energia).
O Xingó e o Xingu parecem nomes associados à energia quando o homem resolveu colocá-los nas vibrações modernas. Simpáticos nomes indígenas que seriam apenas denominações exóticas e não lembrados se não fossem dirigidos para o futuro. E mais uma vez os estudiosos partem dos recantos longínquos esquecidos para seus projetos futuristas e mirabolantes. Xingó é um bairro da cidade ribeirinha de Piranhas, em Alagoas. Sofreu grande transformação ao receber os canteiros para a hidrelétrica que levaria o seu nome. Xingó, então, passou a ser também a denominação da usina hidrelétrica, do rio São Francisco entre Alagoas e Sergipe. Com capacidade de 3.162 MW, é a quarta maior usina em operação no Brasil. Sua barragem tem 140 metros de altura e um reservatório de cerca de 600 km2 de área inundada. Xingó foi construída com início em 1994, tornou-se motivo de curiosidade nacional e, atualmente, representa o centro de um polo turístico que já teve início. Sua região está associada ao cangaço, pois foi por ali onde o célebre Lampião vivia seus últimos meses, foi surpreendido e morto. A beleza paradisíaca da região “sanfranciscana” juntou-se às histórias do cangaço para reforçar o turismo.
No rio Xingu ─ um dos maiores do Brasil ─ continua a polêmica sobre a construção da hidrelétrica de Belo Monte. Em Altamira, no sudoeste do Pará, três canteiros de obras estão sendo erguidos. Justiça manda parar, Justiça manda seguir. Todos têm consciência do impacto ambiental, mas, segundo uma ala, o Brasil precisa de mais energia para continuar o seu desenvolvimento. Outros gritam que a hidrelétrica deveria ser substituída por outros tipos de energia limpa com menos impacto sobre a Natureza. Entre trancos e barrancos, Justiça e Justiça, protestos e protestos, o governo vai levando adiante o seu plano miraculoso e salvador da pátria. Ontem, os trabalhadores que estavam parados, voltaram às atividades. São cerca de 10 mil funcionários dançando entre o Poder Judiciário e os índios do Xingu. “O projeto tem grande oposição de ambientalistas, que consideram que os impactos para o meio ambiente e para as comunidades tradicionais da região, como indígenas e ribeirinhos, serão irreversíveis”.
          O assoreamento do rio São Francisco e a hidrelétrica de Xingó acabaram com os peixes do “Velho Chico”. Ninguém tem dúvida de que o mesmo será o destino de Xingu, região da hidrelétrica de Belo Monte. Dois nomes irmãos e parecidos com o mesmo destino: XINGÓ E XINGU.

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