segunda-feira, 24 de outubro de 2011

ABDULLAH CARA DE PAU

ABDULLAH CARA DE PAU
       Clerisvaldo B. Chagas, 25 de outubro de 2011

 A chamada “Primavera Árabe”, continua no pé dos ditadores, como cães caçadores de onça. No período comum da sua longa fase no poder, Ali Abdullah Saleh, parecia um homem calmo, simpático e elegante. Após o início dos apertos árabes pelo seu afastamento, o homem mudou as feições assumindo um ar de maluco e espantado que poderá mudar mais ainda. Que coisa terrível é o amor exarcebado do ser humano ao cargo que ocupa! Tanto um ditadorzinho de prefeitura do interior quanto um ditadorzão de qualquer país do mundo, aferram-se ao poder como as ideias fixas dos doidos. A primeira coisa que o prefeito pensa, é que a prefeitura é dele para sempre, com papel passado e tudo. Assim, diante de tanto dinheiro do povo aos seus cuidados, das mordomias inerentes e da vassalagem de outros fracos, rouba tudo que pode pela ganância extremada e manda matar os que representam ameaças ao seu cargo de amor perpétuo. No caso de Ali Abdullah, mesmo sabendo que as arrogâncias de Sadam, terminaram num buraco como um rato e, Khadaffi, em outro buraco cheio de lixo, Abdullah parece também delirar, como se essas coisas não podessem acontecer a sua fina seda.
             Com a repressão ao povo do Iêmen que pedia a sua saída, Ali fez a mesma coisa do colega de poder, massacrando a massa em praças públicas e ruas do seu país. Saleh governa a sua nação desde 1978, desafiando ultimamente, levantes populares, tentativa de assassinato e desafios a generais em nove meses de protestos. O danado passou ainda três meses no exterior como se fosse para tratamento médico, mas segurando o osso com as duas mãos e os dentes. Nesta segunda-feira, o ditador aceitou um resolução do Conselho de Segurança da ONU, para transferência do poder. O que não foi divulgado, é se essa decisão por parte de Ali, é verdadeira ou representa apenas mais um dos seus truques para permanecer no trono. De qualquer maneira, nota-se um impulso nos países vizinhos ao Golfo contra a ditadura que vai forçando uma varredura pela região. Seguindo o ditado popular, “quem não quer coado, vai beber com pó e tudo”. Não esquecer que Saleh já havia rejeitado um plano mediador árabe por três vezes seguidas.
             Interessante ainda é que os que apanham com frequência, não querem se libertar da chibata. Apareceram mulheres iemenitas, com cartazes a favor do poderoso. Com véu obrigatório, sem direito a uma porção de coisas já conquistada por mulheres de outros países, as iemenitas continuam sem ver o Sol; e como só conhecem as sombras da caverna, levantam desenhos aos ditador. São muitos os ajeitados propostos para que o homem deixe o poder sem sofrer nem com uma unha, apagando-se até seus absurdos. De um jeito ou de outro, o mundo vai ficar sem outra forte erva daninha. Mas enquanto a estátua de madeira não tomba, podemos apreciar nos jornais o seu amigo ABDULLAH CARA DE PAU.


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