segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O DONO DO MUNDO

O DONO DO MUNDO

Clerisvaldo B. Chagas, 1º de novembro de 23011



A Palestina continua sua luta pelo reconhecimento territorial e como uma das nações da ONU. A resolução aprovada pela Conferência Geral foi muito importante até mesmo pelo elástico placar de 107 votos a favor, 52 abstenções e 14 votos contra. Entre estes, foram os Estado Unidos, Israel ─ como já era esperado ─ mais Canadá e Alemanha. O Reino Unido foi um dos que se abstiveram. O grupo dos BRICS votou a favor: Brasil, Rússia, Índia, China  África do Sul e ainda a França que reforçou o tempero. Os Estados Unidos já falaram que lá na frente vai vetar. Ninguém duvida disso! Esse veto não atrairá de maneira nenhuma, algum tipo de simpatia para as suas cores. Acostumados com os aliados que lhes facilitam posições estratégicas, os Estados Unidos continuam cegos às mudanças do mundo. Foi assim que alimentou os ditadores do Oriente Médio, enquanto estes lhes serviam, muitas vezes contrariando mesmo os povos da região. Quando os ditadores úteis caíram em desgraça, o mesmo alimentador puxa a casaca e beija as costuras do avesso. Essas indisfarçáveis mudanças de opiniões, ao invés de aplausos, arrebanham ironia e descrédito de todos, principalmente dos arrepiados com suas atitudes.

Como a Palestina iria ameaçar o esforço de paz na região? Aqui no Nordeste se diz que “isso é conversa mole para boi dormir”. Do jeito que anda a coisa é que não pode continuar. Não tendo outro meio de se valer, o povo palestino apela mesmo para as armas, pois Israel anexou territórios e não quer largá-los. Fez como a própria nação americana anexando terras mexicanas, hoje transformadas, definitivamente, em estados do sul e oeste dos furiosos. Como nação participativa da ONU, ao invés das armas, a Palestina irá fazer suas reivindicações através dos meios civilizados e legais. Assim como foi dado o direito de existir a um estado judeu, a mesma medida pode ser usada para seus adversários. Claro que seria ingenuidade pensar que o problema regional é apenas pelas terras nuas do deserto. A cultura local é diferente da simplicidade que se vê de longe. O espírito religioso, a qualidade de vida, a economia e tantos outros fatores, entre reentrâncias e saliências ─ como diria meu velho e sábio professor Alberto Nepomuceno Agra ─ apimentam o enorme caldeirão da culinária asiática.

A vitória obtida pela Palestina foi importantíssima agora e será mais ainda, na hora do veto americano. Nada continuará como antes, atraindo uma pressão três vezes maior sobre a própria Israel. Melhor para os Estados Unidos, seria juntar-se a opinião da maioria, aprovar o ingresso da Palestina e quem sabe, até ganhar um novo aliado, mesmo indiretamente. Enquanto rola a questão, os americanos esticam cobra de borracha. A permanecer o sistema vassalagem, eles continuarão pensando que o país ainda é O DONO DO MUNDO.



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domingo, 30 de outubro de 2011

RICO, MAS JUSTO
Clerisvaldo B. Chagas, 31 de outubro de 2011

           Todos torcemos para que o nosso país se eleve cada vez mais diante das outras nações. O ideal seria que a sua projeção econômica acontecesse em circunstâncias normais, baseada dentro dos seus próprios méritos. Quando o boxeador ganha o título na luta, o sabor é um; quando o adquire por desistência do adversário, o sabor é outro. A notícia que percorre o mundo de que o Brasil passa para a sexta posição econômica é sim um grande motivo de satisfação para os brasileiros. Em 2010, ultrapassamos a Itália e ficamos na sétima posição. Estando dentro dos dez primeiros lugares, isto representa estar na elite da economia mundial. Para um país tão novo ainda, em relação aos grandes da Europa, o mérito não pode ser desprezado como uma coisa qualquer. Quinhentos anos procurando um caminho seguro escondido no emaranhado de inúmeras veredas tropicais. Muitas coisas aconteceram nessas diversas fases políticas, imenso moinho de sofrimento, lágrimas e aprendizados. A célebre frase de algumas décadas espelhava, mas não convencia quando o Brasil era apenas “um país do futuro”.
          O Brasil chega ao sexto lugar na economia do mundo, conquistando essa posição também pela crise que atualmente vai corroendo a Europa, assim como o rato catita rói o queijo. É preciso, entretanto, que a mente do povo amadureça para essa realidade. Com a mente amadurecida, vão chegando os apertos conscientes contra os desmandos administrativos, câncer brutal que nos envergonha; fagocitose que leva a dignidade mínima do cidadão trabalhador, herói anônimo em qualquer das cinco regiões do país. A justiça social tem que evoluir na mesma proporção da economia, pois não será possível um fruto de casca bonita, mas nocivo por dentro. Estamos a gritar por justiça, segurança, saúde e educação de qualidade para todos. Oportunidades por melhores dias em todos os planos sociais. Dizem que até o fim da década, o nosso país terá um PIB, maior do que o de qualquer país europeu. É a hora da verdadeira distribuição de renda e um combate sistemático aos vícios prejudiciais ao povo. Não adianta ser rico sem credibilidade. Não fica bem ganhar a riqueza da fazenda com os moradores passando fome.
          Mesmo diante dessa crise que assanha os cabelos europeus e estica as barbas americanas, não tem como não reservar um pouquinho de vaidade e de esperança para rir um pouco. Não queremos é morar em túmulos caiados de enganação. Continuemos trabalhando com fé no futuro, mas com um olho no gato, outro na grelha. Brasil rico, sim, RICO, MAS JUSTO.











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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

ALGUÉM SOLTOU O CÃO

ALGUEM SOLTOU O CÃO
Clerisvaldo B. Chagas, 28 de outubro de 2011
           Estava no comércio quando pude constatar o medo embrulhado das pessoas. Em um dos estabelecimentos de Santana do Ipanema, todos agitados. Nem procurei saber o motivo. Os funcionários mesmo comentavam o assalto à agência dos Correios, na cidade de Jaramataia. Todos estavam nervosos e revoltados, apesar de haver uma viatura estacionada defronte a Matriz de Senhora Santa Ana. O caixa olhava constantemente para a rua, como se os assaltantes daquele tão distante lugar fossem invadir a porta larga a qualquer momento. Mais adiante não se falava em outra coisa. Noutra loja, disseram que a porta dos fundos já estava aberta para uma carreira prevista pelos que trabalhavam na retaguarda. Os comerciantes e o povo em geral, estão se sentindo abandonados pelo poder público. Ninguém tem mais segurança nenhuma na cidade sede de um batalhão de Polícia Militar. Assaltos viraram moda e rotina e já tem gente apostando em dia sem assalto em Santana. Joalheria, loja de eletrodomésticos, mercadinhos, farmácias, são os mais atingidos pelos bandidos que nem querem usar mais máscara porque a impunidade reina.
          Nas praças, os constantes dali vão comentando a boca miúda, quem são os possíveis bandidos que metem medo à pulação indefesa. Mas ninguém prova nada. Ninguém quer compromisso cidadão. E se os marginais acertaram à casa do seu desafeto, ainda existe o disfarçado prazer no comentário. O nervosismo geral é justamente pela grande sensação de impunidade. Quando a noite vai se aproximando, as primeiras lâmpadas acesas parecem cutucar o medo com vara curta. Alguns comerciários já estão treinando o assalto sem desmaios. Outros praticam a caminhada para uma oportunidade de descuido na hora do pega. Os transeuntes se perguntam como chegamos a esse ponto. Parece até que toda a juventude virou bandido. Será que ninguém quer mais trabalhar? Uns falam que são as influências das drogas; outros dizem que são os exemplos da televisão e outros ainda apontam a miséria como fonte principal. Seja qual for o motivo, todos estão acuados com essa bandidagem que parece não ter fim. É de se acreditar que os anjos estão amarrados e que ALGUÉM SOLTOU O CÃO.


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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

FIRMEZA

FIRMEZA
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de outubro de 2011
            Uma das coisas ruim para qualquer pessoa é a tibieza. O povo costuma colocar apelidos os mais diversos em indivíduos que não têm ação. “Fraco”, “banana”, “medroso”, “Quincas”, “bosta”, “cabra de peia”, “coitado”, “Mané” e outros mais que a mente popular engendra. Quando a coisa parte de uma pessoa comum, fica assim mesmo. O cabra é “fraco” e fica malvisto. Embora ele não sinta, a comunidade o despreza. O tal não sente porque todos continuam a falar com ele normalmente, pois não se trata de um bandido, porém, o valor não passa de um tostão furado. Quando se mete em política, acontecem coisas piores. Não se admite em política um homem “fraco” de maneira alguma. Quando ele fala é mentira. Quando acerta com um, não cumpre. Burla a boa fé. Acerta com dez e foge dos onze. Precisa-se dele, mas ele não serve. Não tem palavra, não faz benefício. Esse já está frito e não sabe! É olhado e comparado a “cachorro” e ninguém, absolutamente ninguém o aponta com o dedo positivo. O que pensa sua mulher, filhos, família, sobre ele, confesso que não sei. É melhor ser ruim ou bom, mas firme O tíbio é cuspido.
          O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, “disse nesta quarta-feira (26) que o Brasil tem a oportunidade de tomar passos importantes e de passar de um país que se abstenha para um país que atua”. Essa declaração refere-se às recentes abstenções do Brasil. Quando a coisa aperta, nossos representantes costumam apelar para um direito que existe: a abstenção. Foi o caso da ONU sobre conflitos na Líbia e Síria. Sempre achei feia, desde os tempos de estudante, a atitude da abstenção. Seja ou não seja, estude bem antes e defenda seu ponto de vista, agrade ou não agrade, acho que é assim que deve ser. Como você pode voar mais alto se os seus atos são insignificantes e mesquinhos? No caso das votações, a abstenção é um direito sim, mas não se deve abusar do seu refúgio, pois você perde a credibilidade de ambos os lados da questão. Falando sobre o Brasil, ele não pode se comportar como o “Mané”, o sem valor da política local. Para atingir o ponto procurado é preciso ousar com resolução e argumentos, pois, ninguém, nem ontem nem hoje em qualquer lugar do mundo respeitou o “banana”.
          A gente fica preocupada quando chegam estrangeiros por aqui dando lições. E lições de estrangeiros vão doendo mais ainda, principalmente se for da classe de embaixadores e de outros semelhantes. Porém, não custa nada fazer que não se ouve, mas tomar a lição se for proveitosa. Quanto à opinião de Shannon sobre um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, parece ser apenas o que ele representa: embaixador. Está aí para dá o recado que “papai” mandou. É bom refletir, péssimo se não aprender a lição, um desastre se continuar sem FIRMEZA.

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terça-feira, 25 de outubro de 2011

O TOMBO DO MINISTRO

O TOMBO DO MINISTRO
Clerisvaldo B. Chagas, 26 de outubro de 2011

           Como falamos do apego dos ditadores, vemos a mesma ansiedade nos ministros. Dilma não falou em tolerância zero, mas quis dizer mais ou menos isso, ao assumir a Presidência. Lula fez um ótimo governo, porém, não deixou de fazer ouvido mouco para várias denúncias que escandalizaram o país. Todos foram avisados pela presidenta que ela não toleraria o malfeito. E de fato vários caíram por suspeita de corrupção. Esses infames aceitam os cargos, se metem em falcatruas e pensam ainda que ninguém vai descobrir. A imprensa vai fazendo o seu papel, marcando em cima com denúncias fortes, robustas, contundentes. E quando a Imprensa é livre, honesta e investigativa, representa uma garantia sem tamanho para um país sério pela dignidade do seu povo. Mesmo assim ainda encontramos “respeitáveis” cidadãos no Congresso que ameaçam não votar nisso ou naquilo, por causa de medidas contras ladrões. Quem protege ladrão, qual o nome que recebe? Estamos colocando a palavra mais dura, sabendo, entretanto, que não existe rico ladrão. Rico, político são corruptos, pois a palavra soa mais agradável aos seus insensíveis ouvidos. Ladrão deve ser coisa de pobre, mesmo.
          O ministro Orlando Silva (Esporte) vive uma situação insustentável. Não que ele seja culpado ou inocente no caso da ONG. Pelo que se fala até agora, as provas contra Orlando vão se acumulando e desacreditando o ministro. Como ninguém pode dizer que o cidadão “A” ou “B” é culpado sem o pronunciamento da Justiça, o caso da ONG vai crescendo e engolindo espaço na mídia, deixando a cara exposta do ministro pelo menos até agora, como motivo de gozação. O homem por sua vez, vai tentando a frágil e ridícula tática de atacar o seu denunciante. Você está vendo, cabra velho, como é o apego desesperador ao cargo? Não parece direitinho um escudeiro de ditador? A primeira coisa de um homem  bem intencionado teria sido entregar a pasta imediatamente após as denúncias e exigir uma investigação rigorosa da Justiça. Apurados os fatos, caso fosse inocente, aí sim, seu nome estaria limpo e alguém teria que pagar por calúnia. Mesmo que Dilma aguarde mais um pouco, o ministro Orlando Silva já se encontra frito em caçarola grande. Não tem mais confiança de ninguém. Nem da presidenta, nem do povo, nem das entidades voltadas para a sua pasta. Quanto mais fala na televisão, mais ridículo parece.
          Ainda bem que o povo começa a despertar e fazer movimentos contra a corrupção no Brasil. Os abusos nos três poderes devem ser alvos de, talvez, uma “primavera árabe” à brasileira nessa terra de Cabral. A oposição diz que Orlando não se sustenta no poder. Depois de tantos diretos e socos no fígado, todos estão vendo que Silva não aguenta mais um round. Aguardemos O TOMBO DO MINISTRO.

















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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

ABDULLAH CARA DE PAU

ABDULLAH CARA DE PAU
       Clerisvaldo B. Chagas, 25 de outubro de 2011

 A chamada “Primavera Árabe”, continua no pé dos ditadores, como cães caçadores de onça. No período comum da sua longa fase no poder, Ali Abdullah Saleh, parecia um homem calmo, simpático e elegante. Após o início dos apertos árabes pelo seu afastamento, o homem mudou as feições assumindo um ar de maluco e espantado que poderá mudar mais ainda. Que coisa terrível é o amor exarcebado do ser humano ao cargo que ocupa! Tanto um ditadorzinho de prefeitura do interior quanto um ditadorzão de qualquer país do mundo, aferram-se ao poder como as ideias fixas dos doidos. A primeira coisa que o prefeito pensa, é que a prefeitura é dele para sempre, com papel passado e tudo. Assim, diante de tanto dinheiro do povo aos seus cuidados, das mordomias inerentes e da vassalagem de outros fracos, rouba tudo que pode pela ganância extremada e manda matar os que representam ameaças ao seu cargo de amor perpétuo. No caso de Ali Abdullah, mesmo sabendo que as arrogâncias de Sadam, terminaram num buraco como um rato e, Khadaffi, em outro buraco cheio de lixo, Abdullah parece também delirar, como se essas coisas não podessem acontecer a sua fina seda.
             Com a repressão ao povo do Iêmen que pedia a sua saída, Ali fez a mesma coisa do colega de poder, massacrando a massa em praças públicas e ruas do seu país. Saleh governa a sua nação desde 1978, desafiando ultimamente, levantes populares, tentativa de assassinato e desafios a generais em nove meses de protestos. O danado passou ainda três meses no exterior como se fosse para tratamento médico, mas segurando o osso com as duas mãos e os dentes. Nesta segunda-feira, o ditador aceitou um resolução do Conselho de Segurança da ONU, para transferência do poder. O que não foi divulgado, é se essa decisão por parte de Ali, é verdadeira ou representa apenas mais um dos seus truques para permanecer no trono. De qualquer maneira, nota-se um impulso nos países vizinhos ao Golfo contra a ditadura que vai forçando uma varredura pela região. Seguindo o ditado popular, “quem não quer coado, vai beber com pó e tudo”. Não esquecer que Saleh já havia rejeitado um plano mediador árabe por três vezes seguidas.
             Interessante ainda é que os que apanham com frequência, não querem se libertar da chibata. Apareceram mulheres iemenitas, com cartazes a favor do poderoso. Com véu obrigatório, sem direito a uma porção de coisas já conquistada por mulheres de outros países, as iemenitas continuam sem ver o Sol; e como só conhecem as sombras da caverna, levantam desenhos aos ditador. São muitos os ajeitados propostos para que o homem deixe o poder sem sofrer nem com uma unha, apagando-se até seus absurdos. De um jeito ou de outro, o mundo vai ficar sem outra forte erva daninha. Mas enquanto a estátua de madeira não tomba, podemos apreciar nos jornais o seu amigo ABDULLAH CARA DE PAU.


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domingo, 23 de outubro de 2011

O FILHO DE CORISCO

O FILHO DE CORISCO
Clerisvaldo B. Chagas, 24 de outubro de 2011

Quem quisesse achar Corisco tendo o ano de 1934, como referência, poderia até encontrá-lo nos seus lugares prediletos entre Mata Grande e Água Branca, região serrana do oeste alagoano. Ao retornar da longa temporada Bahia/Sergipe, 1934, Lampião veio para a região acima, onde havia iniciado seus estágios. Entretanto Corisco chegou primeiro trazendo Dadá e atuando nos municípios pernambucanos de Moxotó e Tacaratu, depois veio para Mata Grande e Água Branca. Lampião chegou seis meses depois, trazendo Maria Bonita. Todavia, sábado passado, eu e o professor Marcelo Fausto, não estávamos nas caatingas à procura de Corisco, mas bem perto de uma avenida bem movimentada de Maceió, em busca do filho do “Diabo Louro”. Silvio Bulhões, o filho de Corisco, sempre foi e continua sendo um cavalheiro. Estava bem à vontade para nos receber, entre seus papagaios e rolinhas azuis que vêm comer xerém de milho no seu quintal. Na sala, enormes quadros com fotos de seu pai em traje de guerra e uma pintura representando Corisco e Dadá.

Fomos cercando Silvio, com folga suficiente para que ele se soltasse nas histórias que sabia sobre a Santana do Ipanema da sua época, sede do 2º Batalhão de Polícia de combate ao banditismo. Valiosas informações foram colhidas sobre importantes episódios relativos ao coronel Lucena, Tenente Porfírio, Corisco, Dadá, Português e muito mais. Graças a essas informações, inclusive, inéditas, vamos modificando o nosso livro “Lampião em Alagoas”, aqui, acolá, para que os fatos possam sair o mais perto da verdade. O sertanejo Sílvio continua como grande admirador do pai, mesmo sabendo das barbaridades cometidas por ele, que, juntamente com os cangaceiros Gato e Zé Baiano, eram considerados os três homens mais perversos do bando de Lampião.  Silvio, tendo sido marinheiro, continua também com um amor enorme pelos oceanos. O último capítulo do livro que estar escrevendo sobre seu pai, será dedicado à cremação dos restos mortais do cangaceiro, cujas cinzas serão jogadas ao mar. Mas o nosso economista e professor de Matemática também deseja ter seu corpo cremado quando a alma partir e as cinzas jogadas ao mar que tanta ama. Em qualquer mar porque os oceanos se interligam, afirma com bastante tranquilidade nosso anfitrião.

Finalmente lançamos o convite para que o homem que foi criado pelo Cônego Bulhões, fosse um dos três apresentadores do nosso livro. Dizendo ser uma honra, Silvio aceitou de pronto, porém, honra é para nós que por isso mesmo queremos entregar ao leitor um material de qualidade. Breve voltaremos a Maceió para uma foto a capricho, ocasião em que Silvio conhecerá a nossa obra completa e fará uma avalição para os leitores exigentes. Nossos agradecimentos públicos ao FILHO DE CORISCO.

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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

TIBET

TIBET
Clerisvaldo B. Chagas, 21 de outubro de 2011

 O mundo gira: Morto Gaddafi num buraco. O mundo gira: policial diz ter prova contra ministro. O mundo gira: assalto bonito na loteria. O mundo gira: Fifa e anúncios para a copa. O mundo gira: presos os bonitinhos do Tribunal de Contas de Alagoas. E o mundo continua girando, produzindo notícia do jeito que a Imprensa quer, da maneira que a mídia gosta. Em cada dez notícias, duas boas e oito ruins. E os sinos tangem, E assim marcha a humanidade. Assalto à caveira e o coveiro. Polícia Federal prende passarinhos, cavalos e cavaleiros. Os leitores vão ficando cada vez mais espertos ou medrosos diante das letras respingadas? O vizinho, da padaria, levou revólver nos peitos. O motoqueiro, velocista particular, morreu na batida do poste. Havia um poste embriagado na rua. Um filho de Caim matou e comeu o coração da mãe (dele). O progresso chega ao Sertão: Assaltos diários, fugas de presos, assassinatos nas ruas. Cabo de vassoura vira arma secreta para fuga em massa. Santana do Ipanema transforma-se em terra de ninguém. Animais desclassificados podem ser os verdadeiros culpados de desvios de verbas no TC.
           Não está sendo fácil para o trabalhador enfrentar o batente, nem no Rio de Janeiro, nem em Maceió, nem mais em canto nenhum. Ônibus demoram até cinquenta minutos de intervalo nos pontos. Autoridades não tomam nenhuma providência, irritando os usuários que desabafam no riso idiota de condutores e cobradores sonolentos. O lixo é jogado por trás dos pontos de ônibus e dali nunca retirado. O comércio ganancioso não para de poluir o ar com sons estridentes à porta das lojas, o dia inteiro que Deus deu. Providência? Que providência? Somente transportes alternativos levam carreiras e multas de lascar. Mas no lugar que cabem 10 ônibus rodam cinco; passageiros amontoados e, os poderosos empresários rindo da cara do usuário e da falta de força de quem deveria agir. Compartimentando, vamos fazendo questão de andar contra a evolução, crescendo para baixo como rabo de cavalo. Se alguma boa notícia é anunciada, vem por um quarto, pela metade, e o povo que se dane, parecendo que nem vale mais ditadura, reinado ou democracia. Não sei dizer se isso é o início do fim ou apenas o chamado freio de arrumação, para uma Era mais adiantada.
          Os homens rodam estressados no trânsito. Um trisca, uma freada, uma ultrapassagem, pode ser motivo de violência bárbara no primeiro semáforo. Vamos chegando a mais um final de semana fazendo um balanço grosseiro do mundo, que pode não está pior, mas certamente anda infinitamente mais perigoso. Não existe mais lugar seguro. Se você mora no meio de muita gente, eles gostam porque é bom tirotear com polícia; se você mora em local pouco habitado ainda é melhor que eles vão lá por que polícia não tem. Hoje sofre o homem urbano e o cidadão rural, o grande e o pequeno. E quando você procura a justiça, já sabe os seus percalços. No apelo final, quando você se lembra de Deus, tem até a impressão de que as palavras não passam das brancas nuvens. Não existe outro caminho a não ser fazer curso de paciência no TIBET.


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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

OS BANDIDOS

OS BANDIDOS
Clerisvaldo B. Chagas, 20 de outubro de 2011

          O caso do lixo hospitalar vendido no Brasil, não é somente um escândalo nacional. É uma vergonha que não tem tamanho, tanto para o Brasil quanto para os Estados Unidos. Lixos de hospitais, tão nojentos quanto os bandidos que o enviaram e os que os receberam. Onde está a moral do país do norte em deixar acontecer semelhante aberração?! Nem em tempos de guerra se faz isso com o inimigo, pois deve ser proibido perante as leis internacionais. Lençóis e outras porcarias sujas de sangue e tantas coisas que vieram contaminar e zombar do povo brasileiro, encontrando guarida em outros safados do lado de cá. Esse crime infame denunciado pela Folha exige uma posição firme do Itamaraty e uma apuração rigorosa dessa nova máfia que atropela a dignidade de um país da América do Sul. A acusação cai diretamente no grande polo têxtil de Pernambuco, orgulho do Nordeste e seus passos largos para o desenvolvimento. O governador, Eduardo Campos, culpou os EUA pela importação do lixo hospitalar que era usado até em hotéis da região. Mas não basta culpar apenas um lado porque não existe inocente nesse assunto.  Alerta ao povo brasileiro que faz compras na região de Santa Cruz do Capibaribe. Campos tem razão em chamar de bandido o empresário responsável pela importação e uso do lixo em confecções e hotéis, mas isso não pode de maneira nenhuma ficar impune.
           Em Timbaúba um hotel usava o lençol do lixo até mesmo com o nome do hospital americano, que não deu destino correto às suas porcarias e que deveria também ser investigado com rigor. Ainda tem razão, o governador pernambucano ao dizer que um polo que emprega 150 mil pessoas, não pode ser vítima de bandidos americanos e brasileiros. É de se vomitar com o que foi descoberto em Pernambuco. A reclamação formal que Eduardo Campos pedirá ao Itamaraty em relação aos Estados Unidos, já deveria estar em andamento. E uma investigação profunda do caso, só com a Polícia Federal, porque devem existir muitos galos de unhas gigantes por trás dessas nefastas ações. Várias doenças podem ser contraídas em contato com essas imundícies, como hepatite A e B. “O Ministério Público do Trabalho em Pernambuco abriu um inquérito para investigar a confecção Império do Forro do Bolso, que importava lixo hospitalar dos Estados Unidos e utilizava o tecido para confeccionar forros de bolsos, entre outros produtos”.
          Enquanto não for feita uma varredura e, considerada depois, como totalmente encerrada na região de Santa Cruz, Caruaru, Toritama e outras cidades, os clientes habituais continuarão arrepiados com a ignomínia. A não ser que roupa de lixo hospitalar vire moda no Brasil. Aliás, já estamos acostumados com a terra da impunidade, onde tudo pode. O povo, mesmo assim, aguarda os acontecimentos e a lei rigorosa para OS BANDIDOS.

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terça-feira, 18 de outubro de 2011

MEU BEM-TE-VI

MEU BEM-TE-VI
Clerisvaldo B. Chagas, 19 de outubro de 2011

 Ontem à noite me deu uma saudade danada do Sertão. É aquele sangue maceioense de Helena Braga com o sertanejo de Manoel. O predomínio do sangue sertanejo rural falando mais alto, circulando pelos currais das fazendas, pelas histórias narradas, pela altivez do mandacaru. Ou será a saudade do cheiro das trovoadas na terra, o murmurar dos riachos, o feijão de corda com manteiga de garrafa! A dentada na rapadura, a pinga rápida para “espalhar o sangue”, o ramo da mulata rezadeira. Não sei, compadre, não sei. Não posso sair do Sertão sem suspirar pela terra em que nasci. Era noite e o bem-te-vi sabia disso. Ficou rondando e cantando nitidamente em torno do apartamento. Superou o irritante ruído do trânsito, dando um pouco de conforto às lembranças radicais. No outro dia, quinhentos metros adiante, ali estava o bem-te-vi. Nem sei se era o mesmo. Tenho certeza, porém, que era um bem-te-vi. Ele estava diante de nós, sobre o fio telefônico, não tinha engano. O mercado defronte tocava a música tão conhecida:

 “Você não vale nada
 Mas eu gosto de você...
Você não vale nada
Mas eu gosto de você”.

 O bem-te-vi dançava que era um colosso. Equilibrava-se ao abrir parcialmente as asas, controlava as penas da cauda e assegurava o rítmo que alguns minutos foi a minha diversão. Se o leitor gosta de detalhes, nem me pergunte a que subespécie pertencia o bichinho. Sei dizer apenas que era um Pitangus sulphuratus, nome que vem do tupi-guarani e significa pitanga guassu, pitanga grande.  Sei também que ele é encontrado do México a Argentina, que tem poder de adaptação e que faz o seu ninho de capim em copas bem fechadas e a entrada é pela lateral, diferente dos outros pássaros. Lá no meu Sertão, meu amigo, bem-te-vi bota gavião para correr. O gavião é o todo poderoso, é o rei dos ares, o predador temido e respeitado. Bem-te-vi não que nem saber! Gavião passou por perto, o amarelinho o ataca ferozmente. Ô bico venenoso! Para furar o peito do maior deve ser ligeiro. Voa gavião! Mas antes que o amigo conteste a dança do bem-te-vi, era o vento que soprava com certa velocidade, enquanto o tiranídeo tentava equilibrar-se no fio e a música coincidia com seus movimentos.
Ah! Como estamos precisando de tantos bem-te-vis no Sertão, no estado alagoano, no território brasileiro... Bem-te-vi bota gavião para correr. Bem-te-vi não teme os coroneis gaviões.
“Voce não vale nada
Mas eu gosto de você...”

 Ajude-me a viver, Pitangus sulphuratus, MEU BEM-TE-VI.













































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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O PAN NOSSO

O PAN NOSSO
Clerisvaldo B. Chagas, 18 de outubro de 2011

          Enquanto o Oriente Médio vai se debatendo com problemas diversos e sérios, América do Norte vai mostrando a outra face, no país latino, México. Os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara representam no momento, um oásis nas agruras da crise econômica mundial; na transformação líbia; nos eternos conflitos Israelenses x palestinos; nas rebeliões por liberdade na Ásia Seca; na boca maldita de Armadinejad e dos terríveis problemas de drogas e massacres enfrentados pelo próprio povo mexicano. No México, quando tudo parecia perdido, uma grande reação das autoridades age com mão de ferro sobre o cartel. Houve uma demonstração de firmeza contra essa praga que está destruindo, massacrando a juventude de grande parte do mundo. E essa forte nação, ainda abalada com tantos acontecimentos horripilantes, supera tudo e mostra ao mundo sua capacidade de exibir esse encontro de fraternidade continental.
          Mesmo sem o Pan, o México sempre foi um belíssimo país, cujo povo parece muito com o nosso modo de ser, principalmente na hospitalidade. Atualmente a nação mexicana acha-se no patamar dos emergentes, debatendo-se entre o tráfico de drogas e a voracidade do vizinho de cima. Às vezes parece ofuscado pelo poderio econômico dos Estados Unidos, é bem verdade, mas além das suas belezas naturais, dos seus famosos balneários, da sua culinária e música popular, o México tem história para pesquisas sem fins. Destaca-se na indústria automobilística, alimentícia, siderúrgica, química, máquina, extração e refino de petróleo. Na pecuária produz café, algodão, cana-de-açúcar, tomate, milho, trigo, sorgo, feijão, batata e frutas cítricas. Cria bovinos, suínos, equinos e aves. E se falarmos em mineração, podemos apontar petróleo, gás natural, sal, prata, zinco e cobre.
          É pena não assistirmos a transmissão de jogos ao vivo em todos os canais, contudo o que se apresenta empolga e dá lição de fraternidade que deveria ser seguida por todos os povos. Falando particularmente das apresentações brasileiras, vamos fazendo a nossa parte com tantos atletas esforçados dando o sangue com se diz, por um espetáculo caprichoso, competitivo e campeão. E lá vai a bandeira do Brasil subindo a frente sob aplausos também da torcida mexicana que sempre nos foi fiel quando não compete contra nós. Hoje não me dá tanta vontade de viajar pelo mundo, nesse exato momento em que tenho a graça de ser avô pela segunda vez. Chegou Davi. O Rei Davi. Enviado com festa pelo mundo espiritual e recebido com mais festa ainda no mundo dos encarnados. Mas o México sempre esteve como preferência de alguma possível excursão. Parabéns ao povo mexicano por oferecer esses dias de felicidades ao mundo. Sendo do México, sendo das Américas, sem dúvida alguma também é o PAN NOSSO.









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BRASIL X ÁFRICA

BRASIL X ÁFRICA
Clerisvaldo B. Chagas, 17 de outubro de 2011

A presença do Brasil na Europa foi muito importante na procura desse país por seu espaço global. A impressão que se tem é que a estratégia usada pelo Brasil é chegar ao centro das decisões através da periferia que cinge as chamadas capitais do mundo. Entretanto, esses lugares visitados são como amigos de alguém importante que podem apresentar a ele, mais tarde. Além da parceria Brasil-Portugal que nos introduz na Europa pelo leste, nosso país parece querer se introduzir também por outra frente, isto é, pela Bélgica, Bulgária e Turquia (metade Europa, metade Ásia). O plano para o exterior é como arregimentar riachos para chegar forte ao rio principal.  O Brasil sonha em ser protagonista geral, sabe, porém, da ciumeira daquele que sempre quis dominar o planeta sozinho.  Está certa a política exterior brasileira em não querer bater de frente (chavão muito usado por aqui) com os Estados Unidos. Seu espaço está sendo consolidado pela nova diplomacia, tanto usando a estratégia sul-norte quanto a sul-sul.
            A visita que a presidenta Dilma faz a África é mais importante ainda do que a recente viagem que fez a Europa. Um imenso continente com inúmeros países pequeninos e grandes, pode ser um leque de riachos para o rio principal. A África não é somente fome, guerras e AIDS. Cada vez mais o continente se organiza, liderado pelos países que apresentam perfis modernos, seguindo de perto os emergentes que são destaques como Brasil, Índia e China. Angola, Moçambique, África do Sul, lideram boa parte do continente e vão formando seus blocos para o desenvolvimento em conjunto.  A Índia sempre marcou presença em certas regiões africanas. O Brasil foi estreitando seus laços com o “Berço da Humanidade”, desde o presidente Lula. Assim foi ficando popular e presente nesse espaço relegado a terceiro plano por importantes países que ali exploraram as riquezas locais.
            Investimentos brasileiros ajuda humanitária e parcerias com a África, vão marcando a presença do Brasil, fortalecendo-o em direção ao lugar que tanto procura. Em todos os campos existem oportunidades de negócios, coisa que o Brasil não ignora. A visita da presidenta Dilma ao “Continente Negro”, estar sendo bem planejada. Do observatório vamos tentando entender a feijoada baiana, isto é, o estreitamento dos laços BRASIL X ÁFRICA.








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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

QUEM AMA CUIDA

QUEM AMA CUIDA
                 Clerisvaldo B. Chagas, 14 de outubro de 2011

 (Agradecemos os leitores que nos acessaram no último mês, além do Brasil, pela ordem decrescente: Alemanha, Estados Unidos, Rússia, Portugal, França, Ucrânia, China, Reino Unido e Letônia).
 Como houve uma grande devastação na economia alagoana, em certo tempo passado, tal bomba atômica de desmandos administrativos que saiu arrasando tudo, é de se pensar. Não vivemos para moer o passado, é verdade, vamos tentando equilibrar a vida no presente, visando o futuro. A vida é tocar para adiante, mas fica em cada um dos cidadãos alagoanos, a frustração da impunidade dos que permitiram ou engendraram o vendaval que arrasou a Agricultura, tangeu fábricas, quebrou o banco, isentou impostos vultosos, elevou o índice de violência, da mortalidade infantil, da dívida estadual que ficou impagável e do caos que tomou conta da “Terra dos Marechais”. Ninguém foi apontado, ninguém pagou por isso... E o cidadão de um território tão decantado pelas suas belezas da Natura e seus vultos históricos, baixou a cabeça envergonhada da sua terra. Alguns culpados já morreram. E se não conseguiram levar para o céu ou para o inferno boa parte do suor do povo alagoano, devem ter deixados os filhotes podres de ricos. Outros devem andar por aí gastando ainda o arrecadado dos seus bons tempos.
          Segundo anúncio de propaganda estadual, Alagoas vai aos poucos recuperando o que perdeu, somando isso mais aquilo. Entretanto, mesmo que haja austeridade, precisaremos de vários governos austeros, comprometidos com o desenvolvimento geral do estado. Mais de uma década perdida não se recupera apenas em quatro anos de excelente administração. Muita coisa tem ainda para ser feita em Alagoas para poder apagar a mancha horrível que entranhou na dignidade dos mais antigos.
          Agora, no social, é a violência que predomina e surge como problema de frente que tira uma das coisas mais sagradas para o mundo moderno que é a paz. Ao receber o título de campeão da violência, volta-se ao passado também dos tempos dos crimes de pistolagem. Por que temos que apresentar as demais unidades títulos que enojam e nos deixam distantes da civilização? No plano físico, faz vergonha um estado que luta para trazer turistas de todos os lugares, principalmente europeus, melhorando aeroporto, implantando hotéis, mas apresentando mais de vinte praias impróprias para o banho.  
          O que caracteriza uma capital litorânea são as suas praias, pois, fora a  parte administrativa, no interior também tem. A cena de crianças limpando as praias de Maceió, longe de conscientização! É uma vergonha que as autoridades não façam a sua parte e crianças entrem nos lugares dos trabalhadores braçais. Além disso, água imunda bota todo mundo para correr. É preferível curtir os dias de feriados e fins de semana em sítios e chácaras do interior. Ô Maceió, estou aqui para dizer dos seus encantos, mas o que fizeram com você? Alagoas, QUEM AMA CUIDA.

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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

APARECIDA

APARECIDA
Clerisvaldo B. Chagas, 13 de outubro de 2011

 Movendo a fé brasileira, o dia santo no meio de semana deu uma aliviada ao trabalhador que inclui as orações em seu descanso. E comemorando tambem o Dia da Criança que vai crescendo, não pelo amor ao guri, mas pelo interesse do poder comercial, consolida-se a comemoração. E Nossa Senhora Aparecida vai aguardando as intenções dos seus seguidores, dos seus devotos, dos seus admiradores, entre pedidos e gentis agradecimentos. São inúmeros, sem conta mesmo os problemas dos que se ajoelham aos pés de Nossa Senhora Aparecida, pedindo a cura dos seus males e sua intercessão ao amado filho. A fé vai removendo montanhas, desviando rios e preenchendo lagos. Lagos de amor que se formam nos corações sensíveis, dos que são tocados pela graça do amor à Virgem de Nazaré. E Luís Gonzaga dizia com a canção belíssima e inesquecível:
     
      “Ó minha santa morena
    Ó minha santa morena
Padroeira do Brasil...
Padroeira do Brasil”.
         
          É ali, no estado de São Paulo, que vamos encontrar o maior templo mariano do Brasil. Felizmente para os aparicidenses, deve ser motivo de orgulho, no bom sentido, abrigar a imagem da padroeira que atrai gente do mundo inteiro para àquela cidade do vale do rio Paraíba. Uns vão para conhecer, a imponência do templo, outros para se distraior e outros ainda por motivos religiosos profundos. Mas ninguém sai sem ser marcado por alguma coisa que bate na alma, principalmente ao deparar-se com algum tipo de problema futuro. A cidade Aparecida, a que muitos chamam de Aparecida do Norte, não tem uma população tão grande, pois gira em torno dos 36.000 habitantes, mas o templo possui todas as condições de receber suas visitas com toda estrutura, inclusive segurança.
          A Matriz Basílica de Nossa Senhora Aparecida é a guardiã da religiosidade e da fé do povo brasileiro. É na verdade, o símbolo da Capital Mariana do País. A imagem de Nossa Senhora Aparecida foi encontrada em um lugar do rio Paraíba por nome Itaguaçu. Em Tupi-Guarani, Itaguaçu significa Pedra Grande. Esse lugar passou a pertecenr a arquidiocese desde 1951. Chegar até à cidade de Aparecida não existe mais as diculdades encontradas antes, pois o Brasil inteiro está servido de rodovias, para quem quer seguir por terra até ali.
          A televisão mostra sim o movimento intensivo naquela cidade paulista, mas nada como uma visita pessoal em tempos ou não de romarias. De qualquer maneira, é muito bom saber que Nossa Senhora tem seu lugar centralizado para receber as multidões. Melhor ainda é ser devoto do seu imaculado coração, possuir uma fé inabalável nas suas promessas e encaminhamentos e ser devoto de satisfação intensa do terço da mãe de Deus, do terço de APARECIDA.













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CABO DE VASSOURA

CABO DE VASSOURA
Clerisvaldo B. Chagas, 12 de outubro de 2001
          Daqui de Maceió, vou tendo conhecimento da morte de dona Aristeia, em Santana do Ipanema, senhora de numerosa prole que ajudou a povoar à cidade. A Internet vai dando conta de tudo e os nossos contatos com a terrinha não ficam resumidos apenas nos recados de boca. Dona Aristeia, mulher valorosa, soube bem dirigir sua descendência para o destino de servir à sociedade, coisa que ela faz do modo mais natural possível. Muitos dos seus filhos são destaques no meio em que vivem e fora, honrando essa família tradicional em Santana do Ipanema.
          Mas também veio de Santana, semana passada, a cômica notícia para um Jô Soares ou outro Ás do humor nacional. Fugiu da delegacia da cidade, um bom punhado de presos, usando a mais inusitada ferramenta. Quer dizer, ferramenta mesmo não, mas será que poderíamos chamar de “maderrenta”? Tem-se “ferramenta” que é própria do ferro, deve existir “maderrenta” que vem da madeira. Estou certo ou errado, cabra velho? Bem, deixando de lado a tese da madeira, foi noticiado pelos sites locais e confirmado por representante da citada delegacia, a fuga dos bandidos que usaram um cabo de vassoura para furar a parede, ampliar o buraco e permitir a passagem do bando, chefiado por certo “Nego Cão”, traficante e matador do Bairro Artur Moraes.
          A fragilidade do cabo de vassoura é tanta que virou ditado popular. Quando se fala do homem sem caráter, do que não tem firmeza em suas ações, se diz que “fulano é fraco que só cabo de vassoura”. O leitor deve conhecer muitos cabras assim, coisa que não é, nem nunca foi novidade. Nesses casos, principalmente na ciência política, eles concorrem e vencem com vantagem de muitos corpos, os cabos de vassoura. Por outro lado, esse objeto comprido, roliço, para apoio da limpeza, tem uma serventia enorme no lar e nas ruas em mãos de donas de casa e de garis habilidosos. Para muitas mulheres, representam a primeira arma para bater no maridão, quando faz as suas gaiatices. Ainda bem que não são feitos de baraúna, angico, aroeira, pereiro...
          Entretanto, a notícia de que os presos de Santana fugiram graças a um cabo de vassoura, edifica esse objeto frágil que virou machão do dia para a noite. As fábricas de vassouras vão valorizar os seus produtos, fazendo incessante propagando das qualidades superiores dos seus cabos. “Fuja da cadeia, contando com o cabo de vassoura tal. Adquira o objeto nas melhores casas do ramo”. E assim vamos questionando sobre a eficiência do nosso sistema carcerário. E imaginando se tem um jeito para transformar a fraqueza dos homens fracos em robusto caráter do forte, destemido, eficaz arrombador de paredes, esse novo tipo que apareceu de CABO DE VASSOURA.



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terça-feira, 11 de outubro de 2011

MAIOR IMAGEM DO MUNDO

MAIOR IMAGEM DO MUNDO
Clerisvaldo B. Chagas, 11 de outubro de 2011

A maior imagem do mundo de Senhora Santana Ana, a avó de Jesus, está localizada em Santana do Ipanema, no estado de Alagoas, Brasil. A cidade de Santana do Ipanema foi fundada em 1787, com a construção de uma capela nas terras do fazendeiro Martinho Rodrigues Gaia, adquirente de uma grande sesmaria na região denominada Ribeira do Panema. Após a construção da capela, ali foi entronizada a imagem de Senhora Santa Ana e São Joaquim, trazidas da Bahia pelo missionário Francisco Correia, a pedido da esposa do fazendeiro, primeira devota de Ana por aquelas bandas. Após esse ato inaugural, a região passou a ser conhecida, então, por Santana da Ribeira do Panema. O nome evoluiu juntamente com a transformação local, sendo hoje Santana do Ipanema, cidade polo, capital do Sertão alagoano.
No último decênio do século passado, o “Escritor Símbolo de Santana do Ipanema”, Clerisvaldo B. Chagas, lançou a ideia de se construir em um dos morros circundantes e tradicional religioso, serrote do Cruzeiro, a maior imagem de Senhora Santa Ana, do mundo. Seria uma justa homenagem à santa que deu origem à cidade e município que levam o nome da avó do Cristo. Houve a princípio um movimento religioso da Paróquia e da cidade em geral. A população encampou a ideia. Entre profissionais, primeiro foi construído um horto artificial. Em seguida a base segura na engenharia e, em terceiro, a construção do gigantesco monumento feito por escultores de gabarito.
O monumento fez com que a cidade desenvolvesse a modalidade de turismo religioso. O ano todo chega romeiros em Santana do Ipanema, fazendo o comércio e a economia local crescer de forma assustadora. Durante o mês de julho, durante os seus festejos oficiais. A cidade recebe centenas de ônibus e outros meios de transportes, lotados de romeiros. São milhares de pessoas que surgem em Santana para conhecer, fazer e pagar suas promessas com a milagrosa senhora Santana Ana. Inclusive já se fala no pedido do Papa anterior, que havia pedido por duas vezes uma sede de bispado em Santana do Ipanema, mas as autoridades da igreja ignoraram o pedido do Santo Padre. Pode ser que agora, com essa intensa romaria, o pedido saia dos arquivos alagoanos e seja feita o pedido de Roma.
Quem conhece Santana do Ipanema, sabe que nada disso que está escrito acima é verdadeiro. Foi apenas uma ideia que poderia ter sido realizada pelos devotos da santa e boa vontade das autoridades diversas e o povo em geral. Não basta uma ideia. É preciso a ferramenta para alavancar o pensamento, de quem a tem à mão. Infelizmente “eles” são ciumentos e esquivos. E as coisas boas para a minha terra vão ficando apenas nos sonhos, nas quimeras, nas cortinas diáfanas de poetas e afins. Perdemos a MAIOR IMAGEM DO MUNDO. 

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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

OUVIDO DE TUBERCULOSO


OUVIDO DE TUBERCULOSO
Clerisvaldo B. Chagas, 10 de outubro de 2011

A multidão estava ali defronte o mercado. Não consegui saber de fato porque a multidão estava ali. Alguma coisa estava havendo para motivar o povo. Mas eu olhava para frente e nada distinguia. Quem estava ao meu lado não tinha cara de raiva, nem de interrogação. Os semblantes dos que estavam bem próximos, pareciam normais. Deu-me vontade de olhar para baixo, espiar para o chão. E lá estava uma banda de limão usada, concha para cima. Alguma coisa fazia vibrar a casca que provocava um ruído baixo, mas irritante. Um filete d’água passava perto, por entre os sapatos daqueles curiosos. Um homem muito conhecido, gaiato e inquieto, apontou-me com o dedo a casca. Nada disse, com a voz, mas eu ouvi e entendi.
─ A casca.
─ O que tem a casca?
─ Jogue.
─ Jogar em quem?
─ Jogue.
─ Não vou jogar casca em ninguém. Ninguém jogou nada em mim!
E o homem prosseguiu justificando, falando sem falar e eu entendendo. No beco havia muito lixo. No beco onde todos passavam. O beco era caminho de todos. Mas ninguém tirava o lixo. Mais lixo chegava ao beco. Todos passavam no lixo, menos o responsável dos responsáveis. Alguém ativa lixo em nós.
─ Quem?
E ele:
─ O “coroné”.
─ O “coroné!...” Ah, sim.
E eu peguei a concha de limão que ainda vibrava com seu ruído irritante e a joguei para frente em quem eu não via, mas uma coisa falava que eu estava jogando a concha no “coroné”.
Não existe segredo na política. Por mais secreta que seja a reunião, em poucos instantes o “coroné” vai saber. Ninguém sabe como ele sabe; ninguém vê como ele vê; ninguém entende como ele ouve. As ações do “coroné” não são boas. É ele quem coloca o lixo; é ele quem manda colocar o lixo; é ele quem entope seu caminho de lixo; ele quer você por sobre o lixo. Mas um dia ele vai saber que perto do lixo tem uma concha de limão, usada.  Essa casca está sequiosa para ser atirada no rosto do “coroné”! Você não pode deixar de juntar-se à multidão para atirar conchas vibrantes no “coroné”. Para se livrar do lixo. Do lixo que não lhe traduz. Do lixo que você não é. Não importa se ele vai saber, com seu nariz aquilino, com sua mão de ferro, com seu coração de onça, com seu “fio da peste” OUVIDO DE TUBERCULOSO.

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