segunda-feira, 13 de junho de 2011

POBRE POVO

POBRE POVO
Clerisvaldo B. Chagas, 14 de junho de 2011

          Continua em Santana do Ipanema, a falta de coletivos para os trabalhadores e população em geral. O comércio e os diversos serviços que atuam na “Rainha do Sertão” fizeram crescer a necessidade de transportes de massa. Quem contempla, mesmo de longe, do Bairro São José, através do espaço entre as casas do Alto dos Negros, lá longe do outro lado do rio, fica impressionado. O trânsito por aquela rua comprida e estreita, forrada à base de paralelepípedos, no jargão popular, desembestou. Calçamento péssimo entre o riacho Salgadinho e o Hospital Dr. Clodolfo Rodrigues de Melo. Já falamos sobre isso outras vezes. Ninguém calcula os benefícios sociais trazidos pelo novo hospital. Entretanto, a inflação, nessa terra também chamada “Capital da Carestia”, perdeu sela, rédeas e cabresto. Nas imediações da Unidade, um casebre avaliado em dez mil reais, pulou para cinquenta. Imaginem quando iniciarem os trabalhos da UFAL, ali vizinho! Mas o que está doendo mesmo no bolso da população mais carente, é o preço exorbitante das corridas de táxis e moto táxis para àquela periferia. Os taxistas adormeciam dentro dos carros, nos pontos, por falta de clientes, agora espicham o couro de quem precisa. E os moto taxistas que triplicaram o preço da corrida, cobram à vontade. Não existe critério quando o destino é Alto dos Negros, Cajarana, Conjunto Marinho. E mais: pelo dia é um preço pela noite outro preço. Quem tem seus familiares internados, só falta perder os cabelos com a cobrança exploradora dos transportes. Os que têm que subir a longa colina a pé, duas ou três vezes ao dia, para assistência aos familiares, ficam arriscados à doença também pelo preço das corridas. É aí que entra mais uma vez a necessidade de coletivo urbano. Um tipo pequeno, leve, de mobilização rápida para o comércio e extremos como a Lagoa do Junco (UNEAL, Batalhão de Polícia, Fórum); Cajarana (Hospital, brevemente UFAL); Barragem e Lajeiro Grande.
          A reestruturação do acesso ao hospital é uma necessidade em curto prazo. Mas o incentivo público ao transporte coletivo deve ser prioridade. Os capacetes dos motos taxistas estão precisando da Vigilância Sanitária. Suados, Fedorentos, podres. Uma ameaça constante a piolhos e dermatoses que dão um trabalho da peste para sanar. Temos exemplos. Uma touca descartável sob o famigerado evitaria muitas coisas desagradáveis. A própria associação deveria se encarregar do assunto em benefícios dos seus clientes, junto aos órgãos da Saúde.
          Enquanto isso, os que não podem pagar o que não têm, penam com as duas pernas que Deus lhes deu, em busca de serviços nos extremos ladeirosos de dois, três quilômetros na cidade. Na falta de incentivo à implantação particular do transporte de massa, o poder municipal deveria facilitar a solução aos seus munícipes que expõem os bofes nas colinas de Santana. POBRE POVO!




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