quarta-feira, 4 de maio de 2011

ILUSÃO DA PEDRA RICA

ILUSÃO DA PEDRA RICA
(Clerisvaldo B. Chagas, 5 de maio de 2011)

          Vários sítios pertencentes a Santana do Ipanema estão além do povoado São Félix, perto da fronteira com Pernambuco. Região do maciço santanense, o norte e nordeste do município sofrem há muito com problemas de estrada além da serra do Caracol. Esta serra faz parte do primeiro documento referente à futura criação do município de Santana, sendo marco de extensa sesmaria que deu origem a Sant’Ana da Ribeira do Panema, núcleo urbano e área rural. Sendo região de montes que se desprenderam do planalto, naturalmente é composta de grotas, grotões ou grotas mais suaves chamadas pelo povo de sacos ou sacões. Como o povoamento é menor daí em diante ─ em ordem de afastamento do povoado São Félix ─ as dificuldades vão aumentado em relação às estradas. Porém, após a região serrana, o viajante cai para um raso de caatinga que ultrapassa o riacho Dois Riachos, no município do mesmo nome, em terreno recoberto de areia branca. Devido a esses empecilhos é preciso rodear através da cidade de Dois Riachos, através da BR-316, ganhar a direção norte para se chegar ao sítio santanense Pedra Rica.
          Já falei sobre esse assunto antes. Fui fazer uma reportagem ali para o Jornal do Sertão, com o desenhista Roberval Ribeiro. A origem do nome do sítio Pedra Rica vem de algumas inscrições rupestres encontradas em um bloco de granito que faz parte de um todo de relativo tamanho. Vencemos um exército de marimbondos arranchados em torno das inscrições, mas cumprimos o nosso trabalho. Enquanto Roberval copiava os desenhos eu escrevia sobre o assunto. Outras pessoas levaram amostras para o Recife, mas nunca retornaram com uma resposta exata do que fosse aquilo para o povo do sítio Pedra Rica. Muitos da região acreditam que as inscrições rupestres falam de um tesouro escondido por ali. Creem que um dia esse tesouro será achado e, assim permanecem na ilusão.

          O Magistério e a Saúde continuam nesse país como os eternos sacos de pancadas. Há décadas que o melhor e mais alegre caminho para as autoridades que gostam do alheio é esse que segue para as duas áreas. A farra sempre foi total com os pertences do professor, salário, merenda, e tantas coisas mais relativas às escolas e aos hospitais. E apesar de tanto esforço feito para valorizar os profissionais e as profissões citadas, os escândalos parecem não chegar ao fim, com punições artificiais que parecem brincadeiras. Até o mísero salário os espertalhões levam com um discurso, enquanto com o outro falam mal da ditadura militar. É ponto até para se refletir se vale à pena uma democracia que leva toda a saúde do povo e uma Educação morrente, ou uma ditadura, mas com educação e saúde plenas. Se a maioria das empresas alagoanas não paga um salário decente aos seus funcionários, o serviço público nas duas áreas acima, parece agir como os tiranos coronéis após a escravidão com negros libertos sem perspectivas. É assim que o pessoal da Saúde e da Educação continua nos seus trinta anos ou mais de trabalho ─ aguardando que aconteça ─ na mesma ILUSÃO DA PEDRA RICA.

• LEIA AMANHÃ: DESVENDADO O MISTÉRIO DO SÉCULO XX. QUEM MATOU DELMIRO.
 Leia-se na crônica “Patrimônio do Brasil”, dia 1/5/2011, Ivan Fernandes Lima e não Ivan Barros como está escrito. Vênia.





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