segunda-feira, 4 de abril de 2011

PEDRO GAIA

PEDRO GAIA
(Clerisvaldo B. Chagas, 5 de abril de 2011).

          Os dirigentes de municípios deixaram de ser chamados intendentes. Para receber o título de sétimo “prefeito” interventor, chegou a Santana do Ipanema, um cidadão das raízes dos fundadores da cidade para tomar posse no dia 28 de julho de 1938. Vindo de Palmeira dos Índios, Pedro Rodrigues Gaia, não trazia nenhuma ideia do que havia acontecido naquela madrugada e nem o que o esperava em Santana, cujo destino descortinava um dia histórico. Conduzido o seu mandato pelo dia marcante, essa gestão durou de 1938 até 1940, quando já no finalzinho desse último ano, o prefeito renunciou por motivos pessoais. Foi durante o discurso da sua posse que um telegrama alvoroçou a população de Santana do Ipanema, do Brasil e do mundo. Através do papel chegava à alvissareira notícia da morte de Lampião, Maria Bonita e mais nove sequazes do cangaço (ampla cobertura detalhada no livro “O Boi, a bota e a batina, história completa de Santana do Ipanema”, breve).
          O tema central, entretanto, dessa crônica, não é sobre o cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, mas sim sobre uma das obras do governo Pedro Rodrigues Gaia, que foi a construção da estrada Santana ─ Águas Belas. Pedro Gaia também construiu cinco escolas, terminou as obras da nova prefeitura (não a atual), e reconstruiu trechos da estrada Santana ─ Água Branca, entre outros empreendimentos. A estrada Santana ─ Águas Belas, foi importante para Alagoas e Pernambuco, numa época em que as estradas começavam a se modernizar, deixando aos poucos os carros de boi e recebendo os primeiros automóveis. Por outro lado, havia uma intensa comunicação desde os primórdios entre Santana, Mata Grande, Água Branca (Alagoas) Água Belas, Gara-nhuns e CIMBRES (Pernambuco). Hoje, quem vai para Águas Belas, diz que vai “por dentro”, evitando um rodeio enorme via entroncamento Carié ou cidade de Ouro Branco. Lamentavelmente, mesmo com esses laços antigos entre essas duas cidades irmãs, a estrada de Pedro Gaia, nada mudou, setenta e três anos depois. O asfaltamento do trecho ajudaria a desenvolver a região serrana, desde os sítios Salgado, Camoxinga dos Teodósio, serra do Poço, Tigre, Pinhãozeiro serra do Almeida e mesmo dando fôlego ao povoado São Félix. O comércio de Santana e os serviços ganhariam a clientela de Águas Belas, por ser um centro importante mais perto dali. Pedro Gaia passou a ser nome de rua em Santana do Ipanema.
          Como dissemos antes, não se pode deixar tudo para os políticos. Outras forças sociais poderiam movimentar-se nesse sentido junto aos governos de ambos os estados, bem como para reivindicar cobertura asfáltica também de Carneiros, diretamente a Santana. Aproveitava-se a construção do Canal sertanejo, para atrair investimentos dos mais altos gabaritos para a nossa terra. Tudo, porém, para essa falta de visão estratégica, acomodamento ou desinteresse, vai deixando o nosso município somente com abelhas e carne de bode. Lembram-se qual foi o presidente que disse: “Governar é abrir estradas”? Quem irá à luta pelo novo asfalto? Com certeza não será o espírito de PEDRO GAIA.



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