quinta-feira, 25 de novembro de 2010

TOLERÂNCIA ZERO

TOLERÂNCIA ZERO
(Clerisvaldo B. Chagas, 26 de novembro de 2010)
     O povo brasileiro abriu a boca, estarrecido com o estado de guerra no Rio de Janeiro. De primeira, quem ligava nas cenas de ataques e incêndios a ônibus, pensava que as ações estavam acontecendo no Iraque. Mas, que Iraque que nada! Era mesmo na velha “cidade maravilhosa” dos antigos combates de Estácio de Sá. A falta de atitudes de muitas décadas atrás, já cozinhava o caldeirão. Diversos estudiosos alertavam para um futuro incontrolável, caso as medidas contra o crime no Rio continuassem fracas, pífias, mornas como “gogó” de criança. Como falam que “antes tarde do que nunca”, mesmo diante das cenas vistas, chega um alívio a população que andava ultimamente na última barra do estresse. Há vinte anos, o povo carioca já estava saturado da violência do Rio, onde obrigatoriamente o cidadão saía de casa, amedrontado. Separava o dinheiro em duas partes, a do coletivo e a do assalto da esquina. Mais difícil ficava a situação quando o trabalhador, o estudante, as donas de casa enfrentavam a extorsão em série. Dizer que já havia sido assaltado há pouco, não convencia ao novo bandido que reagia quase sempre com violência. O sistema da marginalidade foi crescendo como bolo fermentado. Bicheiros, traficantes, drogados, faziam da antiga capital do Brasil um território de heroísmo negativo que somente interessava a eles mesmos. A dinheirama de tantas atividades ilegais molhava as mãos de muitos corruptos defensores da lei, como as chuvas mais finas de inverno. O carioca, alegre, extrovertido, vivedor, não merece esse praga infernal que vem castigando a cidade de São Sebastião.
     Demorou décadas para acontecer essa tão necessária mega investida que movimentou 35 policiais com nove blindados e quatro caveirões, além dos apoios de viaturas e de helicópteros. Não é brincadeira um saldo de dez ônibus incendiados em um só dia e mais de cem que procuram recolhimento. Nem sabemos por que as forças armadas não perderam a paciência antes com tantos achincalhes do mal. E essa história de direitos humanos para os marginais que praticam as barbáries, parece coisa de santidade sem resultados. Ao homem de bem, o desprezo, o susto, às humilhações. Ao bandido, própolis e assopro. O Brasil inteiro aguardava, até envergonhado, essa operação que parecia mofina, escondida nos quartéis. Após esses tão esperados feitos, vai haver muito orgulho e aplausos pelo Brasil afora. Se isso tivesse acontecido em todos os estados da Federação e constantemente, o jacaré não teria se criado. Esse episódio vai ganhar nome e, a Vila Cruzeiro vai sair do anonimato para a história do povo carioca. É de se perguntar como nos tempos do cangaceirismo. O que o governo quer fazer que não o faz? Ou mandamos os candidatos ao céu condecorar bandidos ou usamos a TOLERÂNCIA ZERO.



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