terça-feira, 23 de novembro de 2010

TÉO ATACA

TÉO ATACA
(Clerisvaldo B. Chagas, 24 de novembro de 2010)

     Vamos acompanhando a novela, devagar como quem acompanha enterro. Coruripe vai ficando sob tensão com o vaivém de notícias sobre o estaleiro EISA. Lugar de belas praias e de pesca intensa, o litoral do município é rico atrativo para turistas de todos os lugares. Encontramos um bom número de pessoas nesse balneário aos domingos e feriados. Foram atraídas do Agreste e Sertão de Alagoas. O farol, os corais que resguardam dos perigos, o horizonte das praias a se perder de vista, os cartões postais do sol da tarde espelhando nas águas e fazendo silhuetas em dezenas de barcos de pesca, deixam os visitantes estonteados diante de tanta beleza. E ainda vem de quebra a gastronomia dos seus restaurantes típicos, o artesanato de bairros planos, calmos, de gente simples. Passeios e compras pelo centro da cidade que sempre oferece o básico e mais outros longos passeios às praias paraísos de Miaí de Baixo e Miaí de Cima.
     A notícia de que seria construído naquele lugar um respeitável estaleiro, pareceu de primeira, ser uma mentira bem contada, uma vez que estamos acostumados a perder obras gigantescas que geram milhares de emprego, renda e fama permanente. Alagoas, filha dos coronéis e do atraso mental que dificultam o desenvolvimento físico, tem mesmo razão em duvidar das coisas boas conseguidas por outros estados da União. Portanto, a palavra do governador ao anunciar o empreendimento, teve conotação política e irreal. E deixando de lado erros e acertos do atual governador, temos que reconhecer essa parte de sua luta para trazer verdadeiramente o estaleiro para a nossa terra. Ainda não saímos totalmente da fase cujo ditado popular é chove não molha. Mas com o aval do presidente Lula, foi reforçada a esperança em que teremos uma obra de porte invejável nos domínios caetés. Falta a palavra oficial do IBAMA que já garantiu liberar a área de mangue pretendida, com compensações para o meio. Fabricar navios de grande porte e sondas para a PETROBRÁS significa o início de outras coisas magníficas para o primo pobre do Brasil. A autoestima agora pode alcançar níveis elevados a partir desses nove a dez mil empregos diretos e rastros de fama correndo pelos mares. Oxalá tenha chegado ao fim à sucessão de perdas industriais que nos roubou o título de “Filé do Nordeste”, para “terra do desprezo”.
     E como não podemos trazer para o Sertão um estaleiro como o EISA, fiquemos atentos a outras possibilidades, como faculdade de medicina em Santana do Ipanema, Centro de Pesquisas, polo industrial do agronegócio e muitas outras alavancas para a felicidade do sertanejo. Por outro lado, não se pode ignorar o esforço do governador com seus contatos para a realização de Coruripe. Querendo argumentar somente o caso do estaleiro. E nesse caso, mesmo tinindo e endurecendo propositadamente o título da crônica, TÉO ATACA.


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http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2010/11/teo-ataca.html

Um comentário:

  1. clerisvaldo, enviei comentario por e-mail, pois nao havia conseguido pelo o blogger. um abraço.

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