quinta-feira, 12 de agosto de 2010

OLHANDO DE CIMA

OLHANDO DE CIMA
(Clerisvaldo B. Chagas, 13 de agosto de 2010)
Quando em sala de aula, fiz o possível e o quase impossível para colocar a Geografia Física na cabeça da juventude. Sempre achei um absurdo às marteladas constantes nas paisagens alheias e o esquecimento interminável das nossas. O rio Amazonas e a serra do Mar são importantes. Muito mais importante para nós é o rio Ipanema que construiu essa cidade, que nos permite a ventilação vinda pelo seu leito seco. Muito mais considerável de que a serra do Mar é o serrote do Gonçalinho (do Cristo) que nos ampara no inverno de uma frieza excessiva. Se todos os professores fizessem assim na cultura, no folclore, na História, na Geografia mesmo, talvez os jovens tivessem muito amor a terra e não se envergonhassem do seu berço. Certa vez saí sozinho a fotografar pelas redondezas, pois gosto das chamadas fotos artísticas. Projetei um dos meus slides que representava belíssimas flores silvestres à margem de um lago. Os alunos ficaram abismados com tanta beleza. Dei três países como opção para que eles dissessem a origem da fotografia. A maioria apontou o Canadá. Fiz suspense e depois revelei a verdade. A foto representava o açude público Bode, hoje, vizinho das últimas casas da Lagoa do Junco, a cerca de seiscentos metros da ESSER. A gargalhada foi geral.
O riacho do Bode na sua pequenez nasce nas imediações da serra da Camonga, corta os arredores de Santana e despeja no rio Ipanema, no lugar chamado Cachoeiras. Sua localização permitiu a existência do açude do Bode, construído na época em que Santana lutava por água encanada do rio São Francisco. Do seu paredão se avista a “Baronesa”, serra da Camonga, com toda sua majestade, que também é vista da ESSER. Pois foi com espanto que recebi uma foto da bacia hidrográfica do riacho do Bode, tirada da cabeça da “Baronesa”. Coisa do “Primo Vei” (João Neto de Dirce) que a enviou por e-mail lá do Mato Grosso e que poderá servir de papel de parede para qualquer computador do Brasil. Não. Não senhor, não é do Canadá meu camarada. É de Santana do Ipanema, mesmo.
A brincadeira da IV caminhada movimentou bem o Portal Maltanet. Relatam uma caminhada cheia de saudosismo, curiosidades e amor ao torrão. Notamos, entretanto, uma maioria veterana, fato que nos leva a perguntar onde fica o espírito aventureiro dos mais jovens. A nossa fazenda Santa Helena ficava no sítio Timbaúba, sopé do lombo da Camonga. Nunca fui até o cimo por falta de oportunidades, mas nunca deixei de galgar outros montes do mesmo maciço: Poço, Macacos, Gugy, Pau-Ferro e Caracol. Sempre repito: quem não conhece a Geografia das serras, os costumes dos seus habitantes, não conhece Santana. Que tal um incentivo aos alunos de todas às escolas da cidade: incursões, divertimentos e aulas para conhecimento total do município? Deixe, deixe... deixe, já sei a resposta. Estou cansado de saber. Voltando ao antigo assunto, vênia aos participantes da IV caminhada. Menos vê quem não vai OLHANDO DE CIMA.


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