domingo, 16 de maio de 2010

OLHO (Ô) NOS DOIS

OLHO (Ô) NOS DOIS
(Clerisvaldo B. Chagas. 17. 5 2010)
A proximidade da copa vai diminuindo a incerteza do Oriente Médio, perante o mundo. Mesmo assim, existe um forte interesse das nações desenvolvidas da Europa mais Estados Unidos, na visita do presidente Lula ao Irã. Aumenta cada vez mais a pressão americana em cima do Conselho Permanente da Organização das Nações Unidas para sanções ao país iraniano. É certo que o senhor Mahmoud Ahmadinejad tem a língua solta e fica, de fato, “futucando o cão com vara curta”. Os americanos ─ grandes derramadores de sangue do Planeta ─ continuam a sede de domínio mundial, assim como os romanos da Antiguidade. Detestam os que não concordam com suas ideias de poder absoluto. Mesmo admitindo o poderio de nações fortes econômica e militarmente como Alemanha e Inglaterra, o que mesmo existe é uma grande vassalagem ao Tio Sam, muito difícil de se libertar. Por que isso acontece nesses tempos de União Europeia, de alta tecnologia e de uma sacudidela na ordem mundial? Enquanto a vassalagem continua, a águia vai dominando cada vez mais os becos de escapes. No momento em que os Estados Unidos fazem um acordo nuclear de destruição de armas atômicas com a Rússia, surge uma nova potência que é a China. Chinês pensa e age diferente de ocidentais, primordialmente, de americanos. Ao evitar um hipotético conflito com a Rússia, os Estado Unidos respiram aliviados e fazem consultas ao país asiático sobre pontos de conflitos no mundo, de interesses para ambas as partes. Entretanto, surge como obstáculo da sua dominação absoluta, uma China, por exemplo, com um exército poderoso e uma posição assumida de segunda economia mundial. Agora fica mais difícil dominar o mundo inteiro sozinho, como devem pensar os dirigentes do país do norte.
Diante do surgimento robusto no cenário global da China, Brasil e Índia, Estados Unidos não ficam bem à vontade. Como ficar à vontade? O mundo chinês, altivo, frio, modernizando-se e sem vassalagem. Brasil, assumindo uma posição independente na política exterior, tornando-se potência e conquistando espaços em todos os recantos da Terra. Índia, com a segundo população do globo e com armas nucleares, calada, mas entrando na briga total por espaço. É de fazer, portanto, a secretária americana explodir de raiva por dentro, mantendo a pose por fora. Como desejar que o presidente Lula tenha êxito nas negociações nucleares no Irã? A secretária quer mesmo, não sanções, mas sim, uma invasão ao Irã respaldada nos vassalos da Europa. E não é por que o Irã quer fabricar bomba atômica. É porque não admite um país falar grosso com os Estados Unidos, o Nero do mundo. Depois, caso Lula tenha sucesso na missão do acordo, os Estados Unidos ainda vão procurar minimizar a importância desse acontecimento, com ciúmes do Brasil que rouba parte da sua liderança em lugares acostumados ao mando. De fato, Ahmadinejad parece pedir uma invasão americana para testar não sei o quê. O povo é quem deve pagar pela sua insensatez. Por outro lado, os gringos ainda não invadiram o Irã, cremos nós, por que estão atarefados com o Afeganistão, com o Iraque e com o debate da crise econômica. Mas rato não confia em gato. Fiquemos, então, com um sentido na bola, outro no urânio. OLHO (Ô) NOS DOIS.

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