terça-feira, 22 de setembro de 2009

GEOGRAFIA OXENTE

GEOGRAFIA OXENTE

(Clerisvaldo B. Chagas. 23.9.2009

Para os (as) colegas professores de Geografia, em especial a José Arnaldo, a Rosângela, a Hélia e a Geraldo “Maleta” (In memoriam).

Nos últimos anos a Geografia, matéria de ensino e ciência, tem deixado os professores ressabiados. Pelos novos conteúdos, pela complexidade, pelos novos avanços epistemológicos e até pela individualidade dos autores, ficou difícil cada vez mais dominar essa matéria. É certo que não se pode entender um Estado sem território, sem fronteiras, mas também a sociedade sem território. Cada vez mais, entretanto, os livros engrossam no conteúdo com muitas “abobrinhas” e vintenas de páginas inúteis para mestres e alunos. Os conteúdos divisórios do Fundamental e Médio não são claros nem objetivos. Quando é dividida a lógica da sequência, não corresponde. A definição clara de domínio da Geografia, nunca aparece em série alguma. Para o Curso Médio muitas vezes é apresentado volume único. Sem divisória interna, o compêndio dificulta o bom ensino para veteranos quanto mais para novatos. A Geografia do Brasil se dilui na Geografia Geral e nem uma coisa nem outra. Parece até que os responsáveis não querem que o aluno aprenda tanto a Geografia quanto a História do Brasil. Nesta, são omitidos importantíssimos episódios da história brasileira. Na Geografia é capado o esquema básico objeto da matéria. Por outro ângulo, surgem “defeitos” na confecção dos livros que acompanham o samba da loucura. Páginas coloridas idênticas às cores das letras; letras reduzidíssimas para olho biônico que levam à irritação constante dos pesquisadores. Em alguns deles, tem-se a impressão de que os donos estão muito mais preocupados em demonstrar conhecimento de que em transmiti-los didaticamente.

Lecionar Geografia, hoje, é um perigo constante para o mestre — não pelas novidades dos conteúdos e atualizações de rotina — que se perde na falta de clareza. Não existe mais satisfação no aprender. O que vale agora é a obrigação de cumprir a meta escolar, tornada cada vez mais dificultosa. A Geografia vai perdendo o encanto, a magia, o êxtase de ser apreciada. Cursos de capacitação ainda são oferecidos. Não raras vezes os contratados são fracos como cabos de vassoura, causando irritação nos dentes de quem os escuta. Ninguém pode entender o mundo se não o conhece. A Geografia veio justamente para mostrar esse caminho. Mas olhando do jeito que está o que vem de cima, com certeza não é água líquida, é saraivada de granizo na cabeça de quem vive da sala de aula. Veja esse trecho, a fonte é tão pequena que nem a lupa decifra: “(...) a construção dos fundamentos epistêmicos necessários à consolidação de sua cientificidade; a definição e a clareza do seu objeto de estudos; e o papel do sujeito desta ciência, capaz de desvelar a organização espacial e suas relações (...). Entendeu?

Minha eterna, querida e encantadora Geografia organizada, não aguento mais a burocracia da besteira. Após a chegada da sua prima, A GEOGRAFIA OXENTE, digo como a juventude: FUI.


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