quarta-feira, 30 de setembro de 2009

AINDA O CASO ZELAYA

AINDA O CASO ZELAYA

(Clerisvaldo B. Chagas. 1º.10.2009)

Dias atrás publicamos a crônica Brasil e o Equilíbrio Circense. Para que as nossas palavras não ficassem boiando sozinhas e nem gerassem desconfianças, vem a nosso favor o linguista e teórico Chomsky. Professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT), Noam Chomsky tem mais de 80 obras publicadas e é um dos ferrenhos críticos da guerra do Vietnã. O professor possui ainda extensos trabalhos que criticam a política externa dos Estados Unidos, chamando este país de principal nação terrorista do mundo. (Nós, particularmente, chamávamos o governo Bush de sanguinário). Noam critica abertamente a atuação dos Estados Unidos no episódio de Honduras, dizendo da fraqueza das suas ações que praticamente nada fez. Por outro lado, elogia o papel do Brasil quando fala que a atitude brasileira foi admirável. As mesmas opiniões do senhor Noam Chomsky, são as nossas, portanto, quando analisamos a vontade geopolítica da nação americana. Obama pode ter uma mentalidade própria, porém, é forte a pressão dos conservadores que ainda querem dominar o mundo sozinhos. Como já foi dito aqui, todo o continente americano era considerado domínio dos ianques. Com o novo despertar da América do Sul, os americanos ficaram no domínio dos países caribenhos. As novas ofensivas de integração na América Central, feitas principalmente pela Venezuela e pelo Brasil, deixaram os Estados Unidos enciumados. Eles haviam esquecidos dessa região nas aventuras malucas sobre o Afeganistão e o acompanhamento sobre o desenrolar da Coréia do Norte e do Irã. Enquanto geravam ódio pelo planeta, o Brasil diversificava seu comércio pela África, pelo Oriente Médio, pela Europa e mesmo pela Ásia. A influência brasileira no mundo inteiro já é uma realidade, além da liderança que exerce entre os emergentes e os países pobres do globo. O que estava faltando para que os americanos despertassem para o seu quintal, foi o caso de Honduras. Enciumados, repetem a história de que não pode haver dois galos no mesmo terreiro. Foi por isso que Obama fez corpo mole na crise de Honduras, pois se quisesse já teria resolvido tudo.

Se os Estados Unidos resolvessem essa situação, poderiam sair desse impasse, até aplaudidos. Mas se o Brasil conseguir resolver com honras o caso de Honduras, o estado do norte terá perdido uma grande oportunidade de mostrar ao mundo como ainda é o dono da situação. Em acontecendo essa segunda hipótese, o Brasil terá saído de fase incômoda e arriscada para o sucesso e liderança definitiva entre seus novos parceiros ao norte da América do Sul e na América Central. Havia um antigo ditado que dizia: se não quer coado, vai com pó e tudo. Nada mais impede a liderança brasileira no sul e com os possíveis tentáculos no que era do Tio Sam: o quintal das republiquetas de bananas como eles as chamam. Queiram eles ou não, agora existe um gigante em cima e um gigante em baixo com uma disputa no meio. Nenhum mérito será acrescentado à indiferença americana em Tegucigalpa. Vamos deixar desenrolar AINDA O CASO ZELAYA.


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